III SEMANA TEOLÓGICA



UMA SEMANA DIFERENTE

Caríssimos irmãos na fé. No decorrer do mês de junho, teremos em nosso Instituto uma semana diferente das demais semanas. Na Instituição acadêmica teremos a SEMANA TEOLÓGICA, semana esta que já realizamos todos os anos, como forma de atividade extracurricular.
Neste ano a Semana Teológica terá por tema o Concilio Vaticano II, do qual foi tão importante para a Igreja, enquanto reforma e retorno as fontes e que completará 50 anos agora no ano de 2012. Essa Semana Teológica se realizará em quatro dias: 25 a 28 deste mês (junho), no período da manhã das 8h às 12h.
A dinâmica dos trabalhos desta Semana está dividida em duas partes, ou melhor, momentos, sendo o primeiro momento palestras, com palestrantes convidados a expor o tema principal, que é o Concilio Vaticano II seguido por uma mesa redonda. No segundo momento, os alunos e professores elaborarão trabalhos escritos, existirão as apresentações por áreas especificas de cada artigo, que será orientado por professores especializados e capazes nos assuntos.
Estes trabalhos estão organizados por GTs, ou seja, Grupos de Trabalho. Os GTs serão quatro, esta divisão está relacionada a temas e ramos acadêmicos: primeiro GT, “Mistério da Igreja- Povo de Deus e suas imagens”, orientado pelo professor padre Paulo Fernando.; segundo GT, “A Organização da Igreja Particular”, orientado pelo professor padre Luiz Henrique Bugnolo; terceiro GT, “Vocação Universal à Santidade”, orientado pelo professor padre Antônio Elcio; e por fim, o quarto GT, “A Bem- Aventurada Virgem Maria no Mistério da Igreja”, orientado pelo professor padre Marcelo Adriano Cervi.
Com tal organização tentaremos alcançar o objetivo principal desta Semana Teológica, que é fazer um estudo conciso e atencioso do Concilio Vaticano II. Conhecendo-o melhor, consequentemente vivendo-o melhor e celebrando este ano tão especial, ano jubilar. Dentro do objetivo principal desta Semana Teológica, dentro do tema sobre Concilio Vaticano II, nosso enfoque se dará no Documento Conciliar Lumem Gentium.
Destarte, peçamos as luzes do Santo Espírito para que tenhamos mais um êxito em nossa caminhada acadêmica. Para que tenhamos a capacidade de compreendermos a intenção deste Concilio. Que alcancemos com força e coragem os objetivos e vivência deste Santo Concilio. Sendo verdadeiros cristãos católicos para seguirmos os ensinamentos da Igreja. Sejamos humanos e sensíveis as grandes necessidades da Igreja em sua atualização, renovação, serviço e diálogo.

Paulo Augusto Sesso Salazar (3º TEO)

O ESTUDO DA FILOSOFIA - UM BEM NECESSÁRIO

O estudo da filosofia – um bem necessário

Reflexão sobre a importância do estudo da filosofia fundamentando em alguns documentos do Magistério Eclesial e na epístola De modo studendi de Santo Tomás de Aquino

Pe. Sinval da Silva Junior

Desde cedo aprendemos e sabemos o quanto é importante a formação acadêmica na vida do ser humano. O estudo prepara para o trabalho, para os desafios e para a vida. Sem o estudo é difícil, nos dias de hoje, exercer a liberdade plenamente. Entretanto, sabemos também, que há uma grande defasagem no ensino, principalmente daquele que deveria ser o modelo para todas as outras modalidades de educação, que é o ensino público. Em muitos países europeus, como a Alemanha, por exemplo, o ensino público é aquele do qual ninguém abre mão e nem mesmo troca por outro sistema de ensino. Em muitos países do mundo, porém, vamos assistindo uma defasagem cada vez maior na vida acadêmica de milhares e milhares de pessoas. Se existe um lado bom em tudo isso, se trata do fato de que um ensino fraco não é determinante na vida de quem tem vontade e leva com seriedade a sua vida acadêmica. Assistimos tantas pessoas que mesmo frequentando o ensino público estigmatizado pela falta de credibilidade, ainda conseguem passar nos vestibulares e concursos mais difíceis do país. Isto pode dar para nós uma esperança de que o processo de deficiência acadêmica no ensino público possa se reverter. Se todos tomarem a consciência de que o estudo é realmente determinante na vida de uma pessoa, para que ela exerça com maior autonomia seus projetos e para que ela contribua também no progresso da sociedade, da ciência e da vida, o ensino em todos os níveis poderá tomar outra fisionomia.
Ao nos propor refletir sobre o estudo da filosofia como bem necessário na formação do futuro presbítero, precisamos levar em consideração esta realidade que, como círculo concêntrico, vai atingindo a todos negativamente, pois os grandes pensadores, os grandes filósofos e teólogos vão se tornando cada vez mais raros. Por não sentir-se capaz de enfrentar de maneira aprofundada as questões acadêmicas, ao futuro presbítero vão se fechando perspectivas preciosas. Se já existe muita dificuldade para que o jovem encontre a sua vocação, para o futuro presbítero é fácil que entre na mediocridade onde se busca o conhecimento apenas suficiente e nada além disso. Já o estudo da Filosofia é enfrentado com muitas suspeitas e como um mal necessário. É de grande relevância que se repense os conceitos, pois, como será abordado abaixo, estamos no meio de um mundo extremamente exigente que querem respostas novas aos seus problemas novos e também àqueles problemas que já existiram na história, que foram respondidos de uma maneira, com uma linguagem específica e que hoje requerem, talvez, mesma resposta, mas com roupagem nova, compreensível às pessoas de hoje.
O Magistério Eclesiástico nos ajuda a entender que o estudo da filosofia é um bem necessário que conduz o futuro presbítero a uma relação mais harmoniosa, principalmente, com as questões mais relevantes e problemáticas apresentadas pelo mundo de hoje. De fato, as questões problemáticas, que tocam principalmente a vida do ser humano e do mundo físico, não são poucas. O grande filósofo e teólogo Santo Tomás de Aquino por sua própria vida nos dá indicações preciosas para o estudo. Mesmo que o De modo studendi tenha um caráter de atribuição ao Aquinate, é muito útil para que tenhamos algumas indicações práticas sobre a condução do estudo. Identificando algumas questões relevantes e procurando evidenciar alguns fundamentos que pudessem servir de perspectiva ou, ao menos, de motivação para perceber-se de que o estudo da filosofia é fundamental para o futuro presbítero, vamos percebendo que o estudo regrado, organizado e bem estruturado é basilar para o bom êxito da formação integral do bom filósofo e do bom pastor, cujas figuras se fundem na pessoa do presbítero.


1. Alguns desafios relevantes enfrentados pela evangelização do ponto de vista filosófico

Repetidamente vem se dizendo que o mundo passa por mudança de época indicando que as transformações vêm ocorrendo de forma tão acelerada que praticamente não se consegue acompanhar. Podemos afirmar categoricamente que tal mudança acontece em todos os níveis da vida humana e que a mesma provoca um desencadeamento de crises que exigem que o protagonista da história da vida, o próprio ser humano, repense tudo o que há em volta de si. Afirmamos ainda que os desafios que emergem deste processo de mudança de época vão exigindo novas posturas e novas respostas aos questionamentos que aparecem junto a estes desafios. Não de raro aparecem respostas ambíguas e insuficientes que sevem a ludibriar, principalmente, os mais ignorantes. Utiliza-se de conceitos fragmentados e etéreos devido à tentativa de dar respostas imediatas aos problemas gerados pela fluidez do tempo e das coisas. Sabemos, entretanto, que no fragmento não há plenitude e no etéreo o sentido se dissolve e, assim, o sujeito da vida e da história permanece sem o apoio necessário para o seu bem viver e não é capaz de vislumbrar diante de si o seu próprio destino. Preocupado com a situação em que o ser humano se encontra, principalmente na cultura ocidental, o Magistério da Igreja vem evidenciando alguns dos graves problemas que assolam a cultura hodierna. Já o recente Decreto de reforma dos estudos eclesiásticos de Filosofia da Congregação para a Educação Católica, indicam alguns destes problemas como sendo, por exemplo, “a falta de confiança relacionada com a capacidade da inteligência humana de alcançar uma verdade objetiva e universal” . Tal falta de confiança conduz a uma atitude muito presente na sociedade que é o relativismo aliada ao subjetivismo. Pelo relativismo o sujeito rejeita toda e qualquer verdade que venha propor-se como universal seja para o intelecto, como para a ação do sujeito. Em nível teórico o relativismo rejeita o dogma. Não havendo a possibilidade de verdade reconhecida universalmente o dogma perde a sua importância. Em nível prático o relativismo ataca a conduta moral do ser humano postulando que qualquer ação é válida e que não há o porquê determinar alguma ação como sendo boa ou má. Entram em crise neste nível os valores que não são considerados universalmente válidos para a conduta do sujeito humano. O relativismo, quando apoiado no subjetivismo coloca o sujeito humano como “medida de todas as coisas”, como postulava Protágoras. Daí percebe-se que o relativismo subjetivista vem se desenrolando por um bom tempo, encontrando seus vestígios em um passado remoto, como na sofística e no ceticismo, e em um período mais recente com o pragmatismo e o positivismo, por exemplo. Entram em conflito dois constitutivos essenciais da vida humana que são a verdade e a liberdade. A liberdade é entendida como algo sem regras ou ordenamentos fundamentados em valores. O sujeito constrói a sua liberdade de acordo com a sua emoção, seus sentimentos. Assistimos, assim, o retorno de erros que na história já pareciam ter sidos superados.
Não existindo a possibilidade de verdade, não há razão para regrar a própria conduta. Desta maneira toda e qualquer experiência é válida, basta que esta dê ao sujeito a sensação de bem estar, mesmo que momentâneo, de que ele precisa. Em um contexto como este se vê que o sujeito humano vai se diluindo nas misérias de sua própria vida, pois sem uma referência teórica, concreta e prática da verdade que possa propor-se universalmente e onde ele possa apoiar-se com segurança de maneira que a sua existência seja sustentável, a sua vida vai tornando-se uma aventura cheia de riscos desnecessários. A inexistência da possibilidade da verdade universalmente válida coloca em crise também a concepção de Deus. A concepção de Deus entra em crise pela impossibilidade de se ter o conhecimento do transcendente. Não é possível o conhecimento do transcendente porque ele não é “experienciável” (ou experimentável positivamente). No caso em que se tenha uma concepção de Deus, este Deus só se torna possível na vida humana quando ele tem a medida do sujeito que o concebe. Neste caso não é a criatura subordinada ao criador, mas justamente o contrário. Consequentemente, vamos assistindo a proliferação de fenômenos religiosos na sociedade que surgem segundo as necessidades próximas do indivíduo na sociedade. Ao lado do pluralismo cultural e social, vai crescendo, sem medida, o chamado pluralismo religioso pela necessidade que se tem de cultuar um Deus à própria medida ou um aspecto fragmentário do Onipotente. As mais recentes Diretrizes para a formação para a formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil apontam como grande desafio este mesmo fenômeno do pluralismo, apoiando-se na Pastores dabo vobis de João Paulo II, que existe não somente na sociedade, mas que vai adentrando na própria comunidade eclesial: “(...) o atual fenômeno do pluralismo, bem acentuado não só no âmbito da sociedade humana, mas também no da própria comunidade eclesial, requer uma particular atitude de discernimento crítico (...) . É preocupante que em um mesmo organismo eclesial haja a presença de tal fenômeno, pois este coloca seriamente em risco a unidade de todo corpo.
Cabe nos indagar sobre a razão dos fenômenos como relativismo, do subjetivismo e do pluralismo estarem se enraizando em nossa cultura e, até mesmo, no seio da Igreja com tanta força. Também precisamos nos perguntar o que fez tudo isso se desencadear num processo tão devastador. Não há dúvidas de que a formação intelectual vem sofrendo uma decadência de qualidade em todos os níveis. Não dúvida, também, de que o conhecimento vem se tornando cada vez mais fragmentado e cheio de deficiência. Toda esta decadência, fragmentação e deficiência acontecem por não haver a preocupação na identificação e no aprendizado dos princípios basilares de todo pensamento humano. Apontamos estes elementos de decadência, de fragmentação e de deficiência como responsáveis do desencadeamento do relativismo subjetivista e do pluralismo, pois nestas atitudes a razão se limita a permanecer na superficialidade não indo a busca dos fundamentos das coisas. Se a razão não busca a fundamentação primeira de todas as coisas, ela não é capaz de ler a realidade em suas raízes mais profundas. Por isso a razão humana para desenvolver-se deve debruçar-se sobre os princípios fornecidos pela metafísica e re-compreendê-los na atualidade. A linguagem e o bom funcionamento da razão dependem da aplicação dos princípios basilares fornecidos pela metafísica. A compreensão sobre o homem, o mundo e Deus, depende da identificação dos princípios fundantes da realidade. De fato, a filosofia primeira (ou a metafísica) tem como tarefa fomentar e fornecer a reflexão sobre o princípio fundamental acerca da vida, ou seja, a verdade que possa ser proposta universalmente. Cumprindo esta tarefa, a metafísica como filosofia primeira tornar-se-á o caminho obrigatório para superar a situação de crise que hoje afeta a razão, a cultura e o comportamento do homem contemporâneo .

2. Critérios básicos para o enfrentamento dos desafios contemporâneos

A colaboração da filosofia é fundamental para a reversão de um processo que tem relegado o ser humano a um destino incerto mediante o relativismo teórico e pratico e outras formas de pensamentos e condutas que vêm marcando negativamente a nossa sociedade contemporânea. O Magistério universal da Igreja reconhece desde sempre a importância da contribuição da filosofia na formação presbiteral para se estabelecer um diálogo maduro e coerente com a sociedade de todos os tempos. O Concílio Vaticano II em seu Decreto sobre a formação presbiteral, a Optatam totius, destaca que as disciplinas filosóficas devem ser ensinadas “de forma que os alunos sejam levados a adquirir conhecimento sólido e coerente do homem, do mundo e de Deus, fundamentando-se no patrimônio filosófico perene, mas tendo em conta as investigações filosóficas dos tempos atuais, sobretudo aquelas que maior influxo exercem na própria nação, assim como o progresso recente das ciências, de modo que os alunos, compreendendo adequadamente a mentalidade hodierna, se preparem devidamente para o diálogo com os homens do seu tempo” . Sem um conhecimento adequado do homem, do mundo e de Deus é impossível, de fato, estabelecer um diálogo com a cultura que acentuadamente vem se distanciando da verdadeira essência da vida e da existência. Antes, a cultura vem desafiando cada vez mais quem propõe uma vida que possa ser reconduzida à sua essência. Vemos, por exemplo, as várias formas de fazer deflagrar a cultura de morte através do aborto e das ameaças à vida em seu ocaso. Não podemos deixar de reconhecer, entretanto, que as ciências contemporâneas também colaboram com a compreensão da vida, mas não em sua totalidade. A filosofia é insubstituível na compreensão da vida como um todo. Todavia, houve um período logo no imediato pós-concílio, que se chegou a questionar se a filosofia fosse realmente necessária e a hipotetizar a possibilidade de ela ser substituída por outras disciplinas modernas na formação do futuro presbítero, como a psicologia, por exemplo. A respeito disso, a Congregação para a Educação Católica publicou um documento em 1972 dirigido ao episcopado do mundo inteiro sobre o Ensinamento da Filosofia nos seminários. Neste documento são evidenciadas três dificuldades concernentes à filosofia na formação dos futuros presbítero utilizadas como argumentos para a substituição da filosofia na formação do futuro presbítero:

a. A filosofia não tem mais o seu objeto próprio;
b. A filosofia perdeu a importância para a religião e para a teologia;
c. A filosofia contemporânea tornou-se hoje uma ciência exotérica, inacessível à maior parte dos candidatos ao sacerdócio.

Tais dificuldades, embora já estejam superadas pelo Magistério da Igreja, ainda aparecem em nível prático: ainda tem-se a filosofia como um mal necessário. Para a superação deste problema não se pode esquecer que as ciências modernas contemplam um conhecimento especializado da pessoa humana e de tudo o que está em relação com ela, enquanto a filosofia contempla o ser em sua totalidade. De fato, alguém que queira embrenhar-se nos mistérios da fé deve ter como aliada a filosofia que vem para abrir a razão para a compreensão da verdade revelada. O homem, sendo uma unidade entre corpo e alma, e tendo também a capacidade de transcendência, necessita formar adequadamente a sua razão para compreender a verdade dos mistérios contidos na revelação. A filosofia torna-se um instrumento precioso para compreensão e adesão da revelação divina por parte da pessoa humana, fazendo com que a fé seja mais madura e supere o fideismo e outras posturas semelhantes, como o fundamentalismo, o dogmatismo, entre outros. A filosofia também, pela capacidade de analise crítica da realidade e pela sua vocação à verdade, deve contribuir para com que o estudante desbrave os meandros do saber a fim de atingir a fonte que pareça estar mais escondida no mistério deste mesmo saber. A aplicação do programa fides quaerens intellectum, segundo explicita o próprio documento da Congregação para a Educação Católica, é muito atual . Assim sendo o estudo da filosofia para o futuro presbítero não será desprovido da finalidade de abrir a inteligência para a fé. Além disso, como afirma o próprio documento da Congregação para a Educação Católica, a filosofia pode contribuir para o esclarecimento das escolhas dos métodos das ciências positivas, principalmente quanto diz respeito à hermenêutica, à exegese, ao método histórico, etc . Enfim, a filosofia é importante para se estabelecer um encontro e um diálogo entre crentes e descrentes . O Código de Direito Canônico reafirmou no cânone 251 a importância do estudo da filosofia na formação presbiteral explicitando as suas qualidades. Tal formação, sempre segundo o Direito, deve ser baseada “no patrimônio filosófico perenemente válido e também levar em conta a investigação filosófica no progresso do tempo, seja ministrada de tal modo que complete a formação humana dos alunos, lhes aguce a mente e os torne mais aptos a fazerem os estudos teológicos” .
Conforme evidenciam os próprios documentos do Magistério e os estudos feitos por organismos ligados à formação dos futuros presbíteros, como a OSIB, no diálogo entre a fé, a razão e a ciência, não há outro saber que possa servir de mediadora senão a filosofia. Mas, é preciso enfocar que neste diálogo não é suficiente uma filosofia que leve em conta somente alguns de seus aspectos, como a linguagem, por exemplo, ou uma filosofia que se reduza a alguma de suas disciplinas. Por isso, há uma grande insistência para que a hermenêutica, bem como a bioética e outras ciências mais modernas, levem em consideração os princípios fundantes de cada realidade existente que somente a metafísica (ou a ontologia ou, ainda, a filosofia primeira) pode aportar à fundamentação de toda e qualquer experimentação para que seja salvaguardado o respeito à dignidade da pessoa humana enquanto pessoa e da vida em toda sua complexidade e beleza. Para empreender um diálogo com a cultura contemporânea em mudança de época, não se deve prescindir do tesouro que a metafísica contém e é justamente na reflexão dos fundamentos trazidos pela filosofia primeira que o mundo da razão e da ciência deverá abrir-se à transcendência do seu julgamento da realidade e de seu proceder. É importante ajudar a perceber, sempre através do diálogo, a esta cultura materialista e relativista, que os dados empíricos da realidade não são suficientes para responder aos anseios mais íntimos que transitam no coração humano, principalmente no que diz respeito à sua origem primeira e ao seu destino. Para se chegar a um diálogo frutuoso entre saberes que parecem não se abraçarem, principalmente em nossos dias, é preciso partir de uma concepção global do ser humano. Esta concepção global deve ser entendida como compreensiva, total, orgânica e unitária da pessoa humana, e não generalizada. Em tal compreensão leva-se em conta todas as dimensões do sujeito humano. A metafísica é fundante, neste caso, porque visa a verdade na sua essência e na sua totalidade, por isso quando se trata de falar sobre a pessoa humana, por exemplo, não se trata de abordar somente uma problemática particular acerca do ser humano, mas tudo o que lhe diz respeito, principalmente a sua ação e a incidência que esta tem na vida de modo geral. Todo o trabalho de diálogo com o mundo que estranha os conceitos contidos em uma filosofia fundante, se resumirá em despertar na razão o desejo e a sede do saber a partir do mistério que o assombra.
Diante da “segmentação do saber” que trás como consequência a “fragmentação do sentido”, como nos aponta o Decreto de Reforma dos Estudos Eclesiásticos de Filosofia , é fundamental orientar os estudos da filosofia para a formação integral do sujeito humano para superar a crise trazida pela visão reducionista da realidade. Para quem exerce ou deverá exercer o ofício de condução do povo de Deus, é importante que se empenhe em uma qualificação cada vez mais profunda na excelência de seu próprio saber. De fato, as recentes Diretrizes para a formação do presbítero no Brasil, citando a Pastores dabo vobis, afirma que: “os fieis têm o direito à competência, clareza e profundidade daqueles que assumem a responsabilidade de mestres na fé, do desempenho do ministério presbiteral” . Já esta mesma exigência era mencionada nos documentos anteriores concernentes à formação dos presbíteros no Brasil. A competência, clareza e profundidade têm sido cada vez mais exigidas na pastoral seja pela situação da realidade pluralista que nos interpela, seja pelo fato da pessoa humana atual estar exigindo respostas mais contundentes aos seus questionamentos que, por sua vez, têm se tornado cada vez mais profundo. As pessoas, de um modo geral, podem conformar-se com uma resposta rasa por certo tempo, mas o coração humano, devido a sua insaciabilidade, sempre estará buscando algo mais, e quem guia o povo deverá estar preparado para orientar o coração sedento para a verdadeira fonte. Quando esta fonte não é atingida, a reação parece imediata seja em nível consciente, como em nível inconsciente. Pode-se ler, por exemplo, na proliferação da droga e das diversas formas de vícios a reação de um ser que procura o sentido da vida e por não ter alguma orientação sobre como encontrá-lo, acaba se perdendo no vazio que a cultura de morte presente na sociedade hodierna lhe propõe.
É importante salientar que o futuro presbítero está se preparando para configurar-se à pessoa de Jesus Cristo. Nosso Senhor, embora não fosse filósofo em sua concepção clássica, possuía, enquanto homem verdadeiro, a sabedoria divina em plenitude. Segundo o que diz o Papa Bento XVI em sua encíclica Spe Salve, “nos antigos sarcófagos, a figura de Cristo é interpretada sobretudo mediante duas imagens: a do filósofo e a do pastor” . De fato, podemos dizer que Cristo resume em sua pessoa a pessoa em plenitude. Se Ele não era filósofo como este era concebido na antiguidade e como o é na atualidade, por não precisar buscar a sabedoria e a verdade, podemos dizer que toda busca do saber e da verdade encontra o seu termo no Evangelho . É importante que nos presbíteros da Igreja, que agem in persona Christi, seja conjugada estas duas figuras: a do filósofo e a do pastor. Para tanto, há de se contar com a profunda preparação de nossos futuros presbíteros, que desde já configurados a Cristo pelo batismo, sejam capazes de fornecer através do serviço oblativo orientações mais contundentes que ajudem o ser humano a atingir a verdadeira fonte da sabedoria e da vida.

3. Atitudes fundamentais no estudo da filosofia

Para se atingir um nível de excelência no saber, é preciso que o estudo seja conduzido de maneira organizada e regrada. É imprescindível também o gosto pelo estudo e pela busca do saber. Conta também a caridade pastoral como fundamento do estudo enquanto tal. A Epistola De modo Studendi atribuída a Santo Tomás de Aquino nos indica algumas pistas para se ter um estudo ordenado que chegue à sua finalidade que é o conhecimento da verdade através de uma formação sólida. Nos ajuda a perceber que o estudo de um modo geral não é um luxo ou um momento desligado das outras dimensões da vida. Antes, é um direito e ao mesmo tempo um dever que todo ser humano tem para tornar-se completo em sua constituição fundamental. É um dever enquanto o estudo é um componente fundamental para a transformação da sociedade. É um direito enquanto todos tem o anseio de formar-se plenamente em todas as suas dimensões. Ao discípulo João, Tomás deixa alguns conselhos que também servirá a nós, conselhos estes que acompanharemos logo a seguir.

a. O método

Deves optar pelos riachos e não por entrar imediatamente no mar, pois o difícil deve ser atingido a partir do fácil. E, assim, eis o que te aconselho sobre como deve ser tua vida. Exorto-te a ser tardo para falar e lento para ir ao locutório
Este é o primeiro conselho que o doutor Angélico apresenta ao seu discípulo nesta carta atribuída a ele. Não é o nosso objetivo falar de método em filosofia neste momento, mas sim da necessidade de se ter um método entendido como regra, organização de estudo. Em primeiro lugar é útil considerar que o estudo e o aprendizado acontece de forma gradativa. É preciso buscar caminhos para se chegar a um destino. Um passo importante para se ter um ponto de partida para o estudo é dar-se conta de que o estudo deve basear-se na realidade em que se está, compreendendo-a em sua totalidade e complexidade, mas também em seus pormenores. A realidade que existe em volta de nós, e até mesmo dentro e que somos nós, não é uma realidade estática, surda e muda, mas sim uma realidade dinâmica e questionadora que exige de nós uma resposta. Ao mesmo tempo, é próprio do espírito humano indagar a realidade para obter dela o saber. Tal convicção presente em Tomás de Aquino, é encontrado também em outros autores, como em Aristóteles, por exemplo, que afirma na Metafísica (I, 1, 980a) que todos os homens, por natureza, tendem ao saber”.
Diante da realidade que nos interpela, para dar resposta adequada aos próprios questionamentos, é preciso encontrar a fundamentação teórica para responder aos problemas práticos segundo a sua complexidade. Hoje requer-se um conteúdo profundo para poder dialogar com a sociedade, bem o sabemos. Conteúdo profundo não significa saber muito, mas conhecer bem o que se sabe. As Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil, citando o decreto conciliar Optatam Totius, fala, neste sentido que deve-se buscar para a formação e o estudo um “conteúdo doutrinário substancioso e orgânico” concentrando-se “nas questões de real interesse pastoral” . Significa dar respostas às perguntas realmente formuladas e apresentadas, e não prender-se a problemas velhos e dar repostas a perguntas hoje não feitas .
Para uma eficácia do estudo de filosofia é preciso seguir o sábio conselho em não apressar-se a pronunciar a própria opinião sobre os mais variados argumentos, mas saber escutar, observar e refletir profundamente sobre o que é proposto, para entender se o conteúdo fornecido corresponde à realidade em si ou não. Além disso, embora os métodos de estudo sejam variados, um ainda é bastante eficaz: debruçar-se sobre o pensamento já pensado para repensá-lo para depois propor algo novo que esteja de acordo com a verdade. Trata-se, aqui, do exercício da reflexão que originalmente significa dobrar-se novamente sobre algo determinado (do latim: re => outra vez, novamente; flexus => dobrado). Não é estranho deparar-se com momentos em que se deverá permanecer sobre ideias, conceitos e termos para compreender a mensagem e o sentido de algum pensamento. Isto, sem dúvida, requer disciplina. A disciplina é eficaz quando se é obediente aos critérios que ela nos impõe. Ser disciplinado significa deixar-se “discipular”, tornar-se discípulo, deixar-se ser guiado. E com certeza isto também requer obediência, em primeiro lugar, à consciência, às exigências e urgências que a própria vida nos impõe.

b. O diálogo

Abraça a pureza de consciência. Não deixes de aplicar-te à oração. Ama frequentar tua cela, se queres ser conduzido à adega do vinho da sabedoria. Mostra-te amável com todos, ou, pelo menos, esforça-te nesse sentido; mas, com ninguém permitas excesso de familiaridades, pois a excessiva familiaridade produz o desprezo e suscita ocasiões de atraso no estudo. [...]Não atentes a quem disse, mas ao que é dito com razão e isto, confia-o à memória.
O grande doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino, foi um grande exemplo de pessoa que foi capaz de dialogar com a sua cultura. Sabemos que em seu tempo tornou-se profusamente conhecida a filosofia aristotélica através da filosofia árabe. O Aquinate retomou os conceitos aristotélicos e reformulou-os, adequando-os ao pensamento cristão que até então sofria uma forte influência platônica. Sem trair os valores de sua consciência de cristão e ainda respeitando o grande patrimônio conservado até a sua época, Santo Tomás foi capaz de abrir diálogo com judeus e mulçumanos ao mesmo tempo. Ainda teve de enfrentar as oposições dentro de seu próprio ambiente que não aceitava a conciliação entre a filosofia cristã e o aristotelismo.
Dialogar com os opostos, como o fez Santo Tomás, nem sempre é fácil, pois é preciso saber refutar o erro dando argumentos coerentes da verdade e deve-se conhecer a fundo o interlocutor para nele encontrar os vestígios da verdade. Para dialogar com a cultura, é preciso conhecê-la a fundo não simplesmente para conhecer as suas fraquezas, mas para conhecer também os seus valores. O papa João XXIII na abertura do concílio Vaticano II convidou a todos a no encontro colher aquilo que une e deixar de lado o que pode causar dificuldade. O bom dialogante sabe apreciar a pessoa antes de tudo pelas suas qualidades, pois é capaz de enxergar a verdade do ser humano presente cada indivíduo pessoa, mesmo que esta seja de caráter parcial. Adotar uma postura assim significa reconhecer que não é o autoritarismo, que pode acontecer muitas vezes a partir da posição que ocupamos, onde nos consideramos donos da verdade, o melhor modo de resolver as divergências no diálogo.
Para que o diálogo verdadeiramente aconteça, supõe-se também que a pessoa que se coloca diante do outro esteja bem integrada em suas dimensões, caso contrário também aí tende dominar o autoritarismo e o desrespeito ao outro. Por isso é preciso cultivar a vida interior onde o encontro com Cristo deve realmente acontecer e, acontecendo, faz com que todas as dimensões estejam bem integradas entre si. Neste encontro havemos de perceber a grandeza e a humildade de Cristo que nos fará humildes como ele em relação ao outro de tal modo que atinjamos a excelência do serviço através do que aprendemos nas relações com o outro que compartilha a nossa mesma condição e com o outro que transcende a realidade em que vivemos. É sempre importante salientar, sob este ponto de vista que a filosofia não pode ser estudada sem a espiritualidade e o saber não se constrói olhando apenas para baixo. São Boaventura adverte que o exercício intelectual não pode estar isolado do coração e do espírito, não pode prescindir de Deus: “ninguém pense que lhe baste a leitura sem a unção, a especulação sem a devoção, a busca sem o assombro, a observação sem a exultação, a atividade sem a piedade, a ciência sem a caridade. A inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça divina, a investigação sem a sabedoria da inspiração divina” .

c. Intus-legere e ex-plicare

Faz por entender o que lês e por certificar-te do que for duvidoso. Esforça-te por abastecer o depósito de tua mente, como quem anseia por encher o máximo possível um cântaro. Não busques o que está acima de teu alcance.
O trabalho de intelecção consiste em realizar uma leitura profunda de um determinado objeto. O ato de inteligir significa ler dentro, como nos sugere a palavra em sua etimologia (intus = dentro, legere = ler). Quando temos um determinado objeto diante de nós é preciso perscrutá-lo em seu máximo alcance para dizermos que realmente o conhecemos. Isso é possível se conseguimos ir desvelando os diversos conceitos implicados em um mesmo objeto. Por isso que no estudo não adianta ter pressa e todo o tempo do mundo não basta para atingirmos todo conhecimento que queremos, muito pelo contrário, é preciso muita paciência e capacidade de debruçar sobre o objeto proposto para o estudo aproveitando ao máximo o que se dispõe em tempo, oportunidade e capacidade.
É importante lembrar que o estudo eclesiástico da filosofia tem em vista o conhecimento do homem, do mundo e de Deus. Somente estes objetos são suficientes para tomar o resto de nossa vida. Além disso, a filosofia tem em vista o estudo da teologia que tem por objeto os dogmas de fé que devem ser compreendidos em seus vários aspectos. É preciso considerar que o estudo não se reduz ao período da faculdade, entretanto, o quanto mais se puder adquirir em conhecimento neste período, quanto melhor preparado se chega para o estudo da Teologia e depois para o ministério, mais profícuo será o trabalho pastoral, podendo-se empregar o tempo disponível para aprofundamentos ulteriores.
A intelecção se desenvolve na explicação. Explicar, como a própria palavra em sua etimologia deixa entender, significa desdobrar (ex = tirar; plicare = fazer pregas). Para compreender o objeto “inteligido” é preciso decompô-lo para compreender suas partes para depois compreender o seu todo. O estudante de filosofia frequentemente exercita estes movimentos de mergulhar no objeto de estudo e desdobrá-lo para compreendê-lo e fazê-lo compreensível. É preciso salientar que decompor o objeto não significa reduzi-lo às suas partes. Este exercício será feito geralmente nas provas, exames e dissertações, sejam elas de caráter monográfico ou não. É sempre, importante treinar a memória para armazenar os vários conhecimentos que se adquire ao longo do tempo mediante leitura, colóquios, aulas, conferências, etc. e daí poder estabelecer uma síntese de tudo o que se obteve.

O estudo se faz necessário

Mais do que estudar filosofia para acumular conhecimento e aumentar a erudição, faz-se necessário estudar filosofia para compreender a realidade e poder caminhar em constante diálogo com a mesma para rendê-la mais inteligível ao ser humano de hoje. Como refletimos até aqui, o ser humano tem sido cada vez mais exigente quanto a qualidade da formação dos promotores de conhecimento e formadores de opinião. Não basta permanecer no razoável ou na média entre todos. Pode-se até achar que a mediedade seja suficiente para atrair e satisfazer as pessoas que anelam a transcendência, mas pouco a pouco o vazio da vida humana vai se manifestando e o caos também vai se instalando. Assistimos, contudo, a forma com que a vida, por exemplo, vem sendo tratada de maneira tão superficial. Talvez achamos que não é preciso fazer-se muito para dizer que a vida humana não é mais do que a sua subsistência biológica. Podemos até achar que se as pessoas pensam que assim serão felizes, é porque, não tendo formação suficiente para pensar diferente, os responsáveis pela formação da pessoa não olham mais além. Não podemos nos esquecer, entretanto, que o futuro presbítero já é uma referência para as pessoas de boa vontade que querem entender os movimentos da vida e que desejam transcender para encontrar a verdadeira felicidade.
Como pudemos refletir e entender, o coração humano anseia pela verdade que seja válida universalmente. Atingir a esta verdade não é coisa tão simples. Muitos continuam duvidando da capacidade da razão em atingir tal verdade. Somente o estudo, conduzido retamente, que obedeça aos ditames da racionalidade e que esteja aliado à espiritualidade da pessoa, poderá conduzir a pessoa à verdade em sua plenitude. De fato, não há como desassociar na pessoa a racionalidade de todas as suas outras dimensões e faculdades. O estudante de filosofia em vista do ministério sacerdotal é convidado a levar em consideração a pessoa como um todo no conhecimento de sua realidade e do mundo em que vive. Somente assim, buscando a verdade em todo e qualquer um de seus elementos e considerando a pessoa que conhece e é conhecida em suas diversas dimensões, é que se chegará a um saber compreensivo e válido para toda realidade da vida.
Enfim, o amor pelo estudo e a busca da sabedoria, não haverá de ter como finalidade aquilo que com frequência se tem hodiernamente, ou seja, o utilitarismo, o capitalismo e outras coisas mais que degradam o estudo e, junto a isso, toda pessoa humana como tal reduzindo-a a um mero elemento material no universo que não tem finalidade e nem destino. O sistema educacional em muitos lugares dá como resposta às perguntas para quê e por que se vai estudar isto ou aquilo, apenas algo que cai no utilitário e no reducionismo. A filosofia, por exemplo, em muitos lugares caíram em desuso justamente por achar-se que não servia para nada. Como pudemos ver, até mesmo no âmbito eclesial chegou-se a pensar desta maneira. Somos convidados a pensar diversamente, ultrapassando a mera utilidade prática. Estudar é preciso, visando o bem que o estudo trás como um todo, não simplesmente para satisfazer meras curiosidades desnecessárias, mas para, sobretudo, atingir o saber como um todo. Estudar filosofia, não como se fosse uma disciplina abstrata ou fora da realidade, mas como a mãe de todas as ciências que abre a porta para todos os saberes, principalmente à intelecção da fé. Acreditamos que desta maneira o estudo em si e o estudo da filosofia não se tornará um peso, principalmente para aqueles que a consideram um peso ou um mal necessário.

ESCOLA DE FORMADORES "BOM PASTOR"


O curso para formadores em Seminários e Casas de Formação é promovido pela OSIB (Organização dos Seminários do Brasil) Sul 1 em parceria com a Faculdade Dehoniana de Taubaté e nós, responsáveis pelas Casas de Formação, tivemos a oportunidade de participar desta que já é a terceira escola, realizada em três módulos que aconteceram nos meses de janeiro e julho de 2011 e janeiro de 2012, com duração de quinze dias para cada módulo. Os objetivos propostos são: - promover a revisão e atualização do processo formativo; - aprofundar temas de antropologia, pedagogia, teologia e espiritualidade relacionados à formação; - criar condições para o agir pedagógico na formação.
Cada um dos módulos tinha sua temática  Formação e Vocação -  Formação e Espiritualidade - Formação e Missão  sempre enfocada a partir das áreas da antropologia, da cristologia, da eclesiologia e da psicologia, abordando principalmente as questões da pós-modernidade. A grande preocupação é capacitar os formadores para que orientem e capacitem os formandos para que sejam presbíteros que respondam evangelicamente num mundo que vive “uma mudança de época”. A partir de uma cristologia que ensine o caminho do discipulado e da missionariedade, pois o Cristo chama para a convivência e o envio. Assim, a Igreja é o lugar de formação para a resposta vocacional.
Muitos foram os assessores que partilharam suas reflexões e experiências nestes dias de curso cujas presenças poderiam ser destacadas: dom Carmo, Bispo de Taubaté, que até o final de 2011 foi o responsável pela OSIB CNBB Sul 1, sempre disponível para as celebrações de abertura e conclusão dos módulos e aula inaugural; dom Leonardo, Bispo Auxiliar de Brasília, expondo sobre as Diretrizes (doc. 93 CNBB); os teólogos Pe. Alfonso Garcia Rubio, Pe. Paulo Suess; os psicólogos Pe. Alex Rodriguez Vargas (CELAM), Enio Brito, Gaston de Mézerville (Costa Rica) e Dra. Eliana Massih e a convivência nos intervalos com o Pe. Zezinho com suas muitas histórias e experiência de vida. A missa de encerramento aconteceu no dia 27 de janeiro de 2012 e foi presidida por D. Sergio Krzywy, Bispo de Araçatuba, responsável pela OSIB regional Sul 1.
A dinâmica do curso é promover a troca de experiências entre os participantes, por isso a maioria fica hospedada na Casa de Formação dos Dehonianos. Tivemos, com isto, a oportunidade de conhecer realidades formativas das diversas regiões do Brasil e de muitas dioceses, desde Belém (PA) até Santo Ângelo (RS). A partilha das experiências e dos fatos vividos nos seminários foram muito importantes para o aprendizado. Éramos divididos em grupos para a organização e preparação da liturgia. O que chamou a atenção da equipe organizadora foi a presença no grupo da maioria dos padres com menos de três anos de ordenação, o que não ocorreu nos módulos anteriores.  
Foi uma experiência enriquecedora e que certamente irá ajudar muito no processo formativo dos futuros Presbíteros de nossa Diocese. Foram dias um pouco cansativos, pois as aulas aconteciam durante o dia todo e, às vezes, à noite, mas muito importantes e certamente úteis para a formação, segundo avaliação final dos participantes. A gratidão sempre oportuna a dom Antônio Fernando que possibilitou a nossa participação neste curso.

Pe. Paulo Miki - Reitor da Casa de Teologia

NOVOS COLABORADORES


 
Perante os desafios desta “mudança de época” em que estamos vivendo, diante das novas realidades e situações em que a Igreja constantemente precisa enfrentar, a formação dos seminaristas, futuros presbíteros de nossa Igreja é essencial para o diálogo entre a sociedade e a religião.
       Para tal, nós seminaristas poderemos contar com uma mão amiga em nossa formação: se trata do Pe. Sinval da Silva Júnior. Pe. Sinval possui mestrado em Filosofia Sistemática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, e este ano dará suporte no seminário, de modo a tentar suprir as carências intelectuais apresentada pelos seminaristas. Agradecemos também à Prof. Lucy Ramos Marchetto Coltri da Paróquia Santuário Nossa Senhora de Fátima de Monte Alto, que revisará a partir do próximo mês os artigos deste nosso informativo.
            Bendito o que vem em nome do Senhor! Seja bem vindo Pe. Sinval! Nós o aguardamos e acreditamos no grande bem que o seu suporte nos trará!
            Muito obrigado Prof° Lucy por sua disponibilidade. Que Nossa Senhora do Carmo interceda sempre por ti!

Caio Antonio Veiga dos Santos - 1º FIL

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